quarta-feira, 6 de maio de 2015

Ultra Trail de Sesimbra 2015 - 60 Kms

Desde Julho de 2014 que não fazia distâncias de Ultra Maratona e encarei esta prova como um verdadeiro desafio pois a preparação não foi grande, tive em dois trails curtos (Almeirim e Almourol) ao que juntei 3 ou 4 treinos com mais ganho de elevação.

De qualquer forma a determinação é sempre a mesma, terminar e se possível com um tempo bom.

Para os 60 kms aventuram-se também o Bruno, o Paulo e o Dimas. Aos 21 kms foi o João, a Anabela, a Maria João e o Simão. 

Partimos direito a Sesimbra com um dia bastante nublado, chuva tipo spray mas uma excelente temperatura. Depois de estacionados fizemos os ultimos preparativos que no meu caso ainda passaram pelo café "Serra e Mar" um ritual já habitual nestes dias. Até à partida passamos pelas marcações (fitas) que se utilizam nestas provas e fomos para a box. Encontrei o Póvoa e o Pato ainda antes do início e tivemos tempo para desejar uma boa prova! Partida feita e começamos logo a galgar por ali acima ainda em alcatrão e depois já em mato até que se gera a duvida sobre o trajeto... e tinha fundamento pois a prova tinha ido em sentido inverso. Voltou tudo para trás e nova partida, agora sim pelo trajeto correto, atravessando a zona riberinha de Sesimbra.

Ainda fui com o Póvoa na zona plana, mas assim que veio a primeira subida fiquei sozinho e lá entrei na grande aventura da serra. Deu logo para perceber que as coisas não iam ser fáceis, muita pedra molhada a criar surpresas aos corredores. Até que aos 8 kms me espalhei numa descida cheia de pedras grandes, deixei-me escorregar e as luvas lá me ajudaram a amortecer a queda. Nesta altura também já tinhamos feito algumas subidas demolidoras que me puseram os gémeos em sentido.

Passámos por algumas zonas bem perigosas , escarpas sem qualquer tipo de sinalização, penso que nestes casos deveria existir mais cuidado, não existe necessidade de criar tanto risco, pois elas já acontecem naturalmente!

Como já não bastava isto fomos premiados com vários quilómetros em areia e se ainda existia alguma reserva nesta parte foram aos limites mínimos o que fez com que aos 25/30 kms já estivesse bastante desgastado. Sabia que para fazer um tempo próximo das 8 horas tinha de fazer 7,5kms em cada hora o que estava a acontecer mas a segunda parte seria sempre mais lenta. Os abastecimentos estavam a dar para recuperar alguma força mas a gestão do esforço tinha de ser muito rigorosa.

Quando começaram a aparecer os estradões onde dava para correr já as pernas diziam que tinha de ser devagar e assim fiz, lentinho mas sempre a bombar, nunca parei de beber e comer e aqui sim acho que foi o segredo para me aguentar, pois a reposição energética foi sendo feita e a hidratação não faltou. Ainda ingeri sopa num dos abastecimentos e noutro apeteceu-me bifana mas resisti com receio que não fosse cair mal no estômago.

Fiz uma boa parte da prova com a 3.ª classificada feminina, Júlia Conceição, que manteve um ritmo sempre muito parecido e outros companheiros que andavam atrás ou à minha frente, conforme a frescura física assim o permitia.

Na Pedreira e topo da serra o nevoeiro impossibilitou de ver as vistas e por vezes até a visibilidade do percurso, mas nunca me perdi.

A partir dos 40 kms estava a ser muito dificil descer, as dores nas pernas eram fortes e aqui se percebe como ainda existe muito trabalho para fazer no fortalecimento, impedindo que aumentasse a velocidade a descer e quando não eram as dores apareciam as pedras a preencher o piso e dificultar a escolha do sitio para colocar o pé.

Depois do Castelo tinha 10 kms para fazer e já custava muito correr, mas fui conseguindo contrariar essa dificuldade e obrigar as pernas a correr mesmo que devagar. Na parte final nem parei no ultimo abastecimento e só queria ver a cidade de Sesimbra. É nesta altura que me entra uma dor abdominal que me impede de correr na descida e só quando entro no alcatrão é que consigo retomar a corrida e finalizar os últimos metros. 8h12m para completar os 60kms foi uma marca bastante boa!

Na meta estava a João com a qual troquei algumas palavras breves e fui agarrar uma Stout, comer uma canja e alguns bolos que a organização disponibilizava. Entretanto chegou o Nuno Ferreira, o António Aires.

As pernas começavam a bloquear e o corpo a pedir um belo banho....

Depois foi esperar pelo Dimas e a dupla inseparável Paulo/Bruno que receberam uma grande ovação na chegada!












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